ATÉ QUE ENFIM O MUSEU DA RAMPA FOI INAUGURADO EM NATAL - RN
Finalmente, Natal entra – através da memória preservada – na História
da Segunda Guerra Mundial.
A capital potiguar, considerada o Trampolim
da Vitória pelas bases aliadas, jamais incorporou tal importância a seu
acervo turístico , histórico e cultural.
O tão esperado Museu da Rampa enfim foi inaugurado . O
equipamento passou do completo abandono a um complexo cultural
estruturado para receber turistas e recontar a importância da
participação de Natal nos rumos da Segunda Guerra Mundial. É ma atração
turística que promete mudar também a fisionomia daquele pedaço esquecido
da cidade, já que fica numa região pouco habitada, às margens do rio
Potengi.
O Complexo terá museus, memorial (área para exposições temporárias e
permanentes), auditório para 126 pessoas, bar temático, espaço para
estacionamento de 85 carros, lojas de souvenir e píer para contemplação
do pôr do sol do Rio Potengi, pouco explorado até mesmo pela população
local por falta de uma área propícia.
A Rampa para hidroaviões no Rio Potengi foi ponto obrigatório para
aviadores que atravessavam o Atlântico Sul entre as décadas de 1920 e
1940. Mais tarde, durante o conflito mundial, sua posição estratégica,
situada no “cotovelo” da América do Sul, abrigou a maior base militar
dos EUA fora daquele país, se tornando a pista de pouso mais movimentada
do mundo para aeroplanos e hidroaviões durante o período.
A data de 29 de janeiro de 1943 é marcada na história de Natal pelo
encontro entre o presidente americano durante a Segunda Guerra, Franklin
Delano Roosevelt, e o presidente brasileiro Getúlio Vargas. Na ocasião,
eles celebraram, na Rampa, a Conferência do Potengi, transformando o
local em base militar americana e selando a participação dos Estados
Unidos no conflito, que resultaria na vitória dos Aliados contra o
nazifascismo dos Países do Eixo.
“Natal ficou conhecida como Trampolim da Vitória em razão dessa
participação na Segunda Guerra. À época, quase 20% da população
natalense era composta por militares americanos, que influenciaram nosso
povo com sua cultura e costumes. Então, queremos resgatar essa história
com o Complexo da Rampa e atrair o turista norte-americano de volta à
nossa cidade”, comenta o secretário de Turismo do RN, Manuel Gaspar.
O Complexo da Rampa contempla, ao todo, 28 projetos independentes,
desde paisagismo, concepção visual e acústica até questões de patrimônio
histórico, museologia e restauração. A área construída corresponde a 13
mil m², com destaque para o Memorial do Aviador, dotado de recepção,
bilheteria, auditório, espaço em homenagem aos aviadores e promoção de
eventos culturais, área de administração e instalações sanitárias.
Além dos novos equipamentos, o projeto também conservou as evidências
históricas da edificação, com recuperação das estruturas degradadas e
reconstrução das que estavam em colapso, contribuindo para a preservação
da memória da cidade. O projeto arquitetônico é assinado pelo arquiteto
potiguar Carlos Ribeiro Dantas. A obra foi viabilizada por meio de
convênio com o Ministério do Turismo e investimento de quase R$ 7,6
milhões, com contrapartida do Estado correspondente a aproximadamente R$
1 milhão.
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